sábado, 3 de fevereiro de 2007
Sylvia Plath
EU QUERO, EU QUERO
De boca aberta, o deus recém-nascido
imenso, calvo, embora com cabeça de criança,
gritou pela teta da mãe.
Os vulcões secos estalaram e cuspiram,
a areia esfolou o lábio sem leite.
Gritou então pelo sangue paterno
que agitou a vesta, o tubarão e o lobo
e veio engendrar o bico do ganso.
De olhos secos, o inveterado patriarca
ergueu seus homens de pele e osso:
farpas sobre a coroa de fio dourado,
espinhos nas hastes sangrentas da rosa.
Sylvia Plath, E.U.A. (1932-1963)
Trad.: Maria de Lourdes Guimarães
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário