sábado, 31 de março de 2007
sexta-feira, 30 de março de 2007
quinta-feira, 29 de março de 2007
quarta-feira, 28 de março de 2007
terça-feira, 27 de março de 2007
segunda-feira, 26 de março de 2007
Robert Frost
Robert Frost
San Francisco, Califórnia, 26 de Março de 1874 - 29 de Janeiro de 1963. Um dos mais destacados poetas dos Estados Unidos no século XX. Recebeu quatro prémios Pulitzer.
Sítio da Fundação Robert Frost
FOGO E GELO
Alguns dizem que o mundo acabará em fogo,
Outro dizem que acabará em gelo.
Do que já provei como desejo
Fico com aqueles que são a favor do fogo.
Mas se tiver de acontecer duas vezes,
Penso que sei já o suficiente sobre o ódio
Para dizer que a destruição pelo gelo
Também é boa
E há-de bastar.
Robert Frost
Trad.: Isaac Pereira
domingo, 25 de março de 2007
sábado, 24 de março de 2007
sexta-feira, 23 de março de 2007
quinta-feira, 22 de março de 2007
Elena Bono
FLORES VERMELHAS
Flores vermelhas
florescem altas
na montanha.
O vento as move
lentamente
acaricia-as o vento
que recorda.
Elena Bono
Trad.: Jorge de Sena
Flores vermelhas
florescem altas
na montanha.
O vento as move
lentamente
acaricia-as o vento
que recorda.
Elena Bono
Trad.: Jorge de Sena
quarta-feira, 21 de março de 2007
Chu Hsi
SOL DE PRIMAVERA
Deixo a brisa de leste banhar-me a face
A primavera resplandece de norte a sul
Com dez mil tons de vermelho
e dez mil tons de azul
Chu Hsi (séc. IX)
Trad.: Jorge Sousa Braga
Deixo a brisa de leste banhar-me a face
A primavera resplandece de norte a sul
Com dez mil tons de vermelho
e dez mil tons de azul
Chu Hsi (séc. IX)
Trad.: Jorge Sousa Braga
Daniel Faria
Poesia Toda de Daniel Faria
DEVO SER O ÚLTIMO TEMPO...
Devo ser o último tempo
A chuva definitiva sobre o último animal nos pastos
O cadáver onde a aranha decide o círculo.
Devo ser o último degrau na escada de Jacob
E o último sonho nele
Devo ser-lhe a última dor no quadril.
Devo ser o mendigo à minha porta
E a casa posta à venda.
Devo ser o chão que me recebe
E a árvore que me planta.
Em silêncio e devagar no escuro
Devo ser a véspera. Devo ser o sal
Voltado para trás.
Ou a pergunta na hora de partir.
Daniel Faria 1971-1999
In A Explicação das Árvores e de Outros Animais
terça-feira, 20 de março de 2007
segunda-feira, 19 de março de 2007
domingo, 18 de março de 2007
sábado, 17 de março de 2007
sexta-feira, 16 de março de 2007
quinta-feira, 15 de março de 2007
quarta-feira, 14 de março de 2007
terça-feira, 13 de março de 2007
segunda-feira, 12 de março de 2007
domingo, 11 de março de 2007
sábado, 10 de março de 2007
sexta-feira, 9 de março de 2007
Rami Saari
© Isaac Pereira. Lisboa, 2006. Tardes de silêncio.
NA CASINHA DA RUA HALAFTA
Na casinha da Rua Halafta
as tardes passam tranquilamente.
Amigos vêm, partem e sabem ao odor da mirra.
Na copa da palmeira há uma coroa de chuva transparente.
As rosas quase que irrompem para dentro de casa.
E nestas tardes de infinito outono, estou sempre no terraço,
a observar as luzes de Talpiot em frente,
pensando em que estações estarás agora,
e em como desapareceste, como transcorreu a vida.
© Rami Saari (1963, Petah Tikva, Israel)
Trad.: Francisco da Costa Reis
quinta-feira, 8 de março de 2007
Alberto Caeiro - Fernando Pessoa
Fernando Pessoa na "baixa" de Lisboa.
Explicação do nascimento de Alberto Caeiro em carta dirigida a Adolfo Casais Monteiro, e o original do Poema II de "O Guardador de Rebanhos".
Lisboa, há 93 anos, em casa, sobre uma cómoda...
O GUARDADOR DE REBANHOS
II
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo comigo
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo…
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender…
O mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo.
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar…
8-3-1914
© 1914, Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
In: Poesia
Edição: Assírio & Alvim, Lisboa, 2001
quarta-feira, 7 de março de 2007
Pablo Neruda
Depois de Nicanor Parra, o regresso ao Chile. Lugar de privilégio na poesia hispano-americana. Pablo Neruda, Prémio Nobel da Literatura em 1971.
Pablo Neruda. 12 de Julho, 1904 – 23 de Setembro de 1973. Nome literário de Ricardo Eliecer Neftalí Reyes Basoalto.
SENSAÇÃO DE AROMA
Fragrância
de lilás...
Claros entardeceres da minha remota infância
que fluiu como o curso de umas águas tranquilas.
E depois um lenço agitado à distância.
Sob o céu de seda a estrela que cintila.
Nada mais.Pés cansados em grandes errâncias
e uma dor, uma dor que morde de novo e se afia.
...E nos campanários distantes, canções, penas, ânsias,
virgens que possuíam pupilas tão doces.
Fragrância
de lilás...
Pablo Neruda
Trad.: Isaac Pereira
Pablo Neruda. 12 de Julho, 1904 – 23 de Setembro de 1973. Nome literário de Ricardo Eliecer Neftalí Reyes Basoalto.
SENSAÇÃO DE AROMA
Fragrância
de lilás...
Claros entardeceres da minha remota infância
que fluiu como o curso de umas águas tranquilas.
E depois um lenço agitado à distância.
Sob o céu de seda a estrela que cintila.
Nada mais.Pés cansados em grandes errâncias
e uma dor, uma dor que morde de novo e se afia.
...E nos campanários distantes, canções, penas, ânsias,
virgens que possuíam pupilas tão doces.
Fragrância
de lilás...
Pablo Neruda
Trad.: Isaac Pereira
terça-feira, 6 de março de 2007
Pierre Kemp
Pierre Kemp
1 Decembbro 1886, Maastricht - 21 Julho 1967, Maastricht, Holanda.
SONHOS
Certas noites sigo uma luz amarela
Até uma porta azul onde se lê: Sonho.
A porta não é aberta por minha mão
Nem sou convidado por uma mulher
Para comprar sonhos, e mesmo assim
sempre eles foram pagos por mim.
À noite não fiquei nada a dever.
Pierre Kemp
(1886-1967)
Tradução: Fernando Venâncio
segunda-feira, 5 de março de 2007
Reinaldo Perez Só
TRÊS POEMAS DE REINALDO PEREZ SÓ
I
O quarto
está
vazio
de algo que busco
avô
como tu
II
esta é uma cadeira
só uma cadeira
nela
sentou-se meu pai
meus irmãos
todos
os meus melhores amigos
agora
está sozinha
sem ninguém
uma cadeira
III
Nós que sonhamos
sentimos o sonho mais bonito
morremos cedo
porque não somos sonhos
nem pássaros
e o ar pesa-nos
apesar de tudo
voltamos em cada noite
para morrermos de outro sonho
Reinaldo Perez Só (Venezuela)
Do livro: Para morrermos de outro sonho
Trad.: José Bento
I
O quarto
está
vazio
de algo que busco
avô
como tu
II
esta é uma cadeira
só uma cadeira
nela
sentou-se meu pai
meus irmãos
todos
os meus melhores amigos
agora
está sozinha
sem ninguém
uma cadeira
III
Nós que sonhamos
sentimos o sonho mais bonito
morremos cedo
porque não somos sonhos
nem pássaros
e o ar pesa-nos
apesar de tudo
voltamos em cada noite
para morrermos de outro sonho
Reinaldo Perez Só (Venezuela)
Do livro: Para morrermos de outro sonho
Trad.: José Bento
domingo, 4 de março de 2007
Depois da chuva
Buraco-de-agulha. Uma Casa na Primavera.
© Isaac Pereira. 2006
Depois da chuva,
as árvores brotavam de um silêncio verde,
e os pássaros cantavam, escondidos em ninhos de pedra.
Havia uma luz débil, amarela, oblíqua, crepuscular,
uma luz que fazia compridos os dias, que engrandecia.
E, em meus pequenos jardins, um odor a hortênsias, a amores-perfeitos.
Naquele tempo, depois da chuva,
as núvens, como nós,
passeavam, brancas, sobre a cidade deserta.
Koi Hui-Sio
sábado, 3 de março de 2007
Yun Sondo
© Isaac Pereira. Langkawi.Malásia.2006
SENTADO SOZINHO
Sentado sozinho
com um copo na mão
contemplo
os montes distantes
Nem que chegasse
a amada
sentiria
prazer maior
Mesmo que não falem nem riam
gosto mais
das montanhas
Yun Sondo. Coreia.1587-1671
Trad.: Isaac Pereira
(a partir de tradução do português de Yun Jung Im e Alberto Marsicano)
sexta-feira, 2 de março de 2007
Aldous Huxley
Aldous Huxley (1894-1963)
Visão
Eu estava sentado, sozinho com livros,
Até a dúvida era uma doença negra,
Quando ouvi o grito alegre dos rebentos
Nas árvores despidas, proféticas.
Árvores despidas, profetas do novo nascimento,
Levantam as filiais limpas e livres
Para ser uma marca na terra,
Uma flama de cólera para que todos vejam.
E os rebentos nas filiais riem e gritam
Àqueles que podem se ouvir e compreender:
“Ande através dos caminho sombrios da dúvida
com a tocha da visão em sua mão."
Trad.: Isaac Pereira
Visão
Eu estava sentado, sozinho com livros,
Até a dúvida era uma doença negra,
Quando ouvi o grito alegre dos rebentos
Nas árvores despidas, proféticas.
Árvores despidas, profetas do novo nascimento,
Levantam as filiais limpas e livres
Para ser uma marca na terra,
Uma flama de cólera para que todos vejam.
E os rebentos nas filiais riem e gritam
Àqueles que podem se ouvir e compreender:
“Ande através dos caminho sombrios da dúvida
com a tocha da visão em sua mão."
Trad.: Isaac Pereira
quinta-feira, 1 de março de 2007
Ana Paula Inácio
Poeta portuguesa. Porto.1966.
QUERIA QUE ME ACOMPANHASSES
queria que me acompanhasses
vida fora
como uma vela
que me descobrisse o mundo
mas situo-me no lado incerto
onde bate o vento
e só te posso ensinar
nomes de árvores
cujo fruto se colhe numa próxima estação
por onde as comboios estendem
silvos aflitos
© 2000, Ana Paula Inácio
In Vago Pressentimento Azul por Cima
Editora: Ilhas, Porto, 2000
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